Sob a chuva que cai e me chora a alma,
Com esta dor de pensar, no meu caminho de casa,
Fujo deste mundo que me isola e abandona.
Vou para um canto onde possa estar realmente so, rodeado de pedaços de mim.
A chuva que cai e me esmurra o rosto, a chuva que me castiga, escorre-me pela face e deixa leves rastos de sal para trás. Esta precipitação salgada no meu rosto misturada com a doce chuva que me castiga.
Sigo o meu caminho por entre celestes gotas lacrimais que se precipitam e caem a meus pes.
Vou caminhando, tentando evitar cada lágrima que me escorre e me morre.
Com o inundado olhar e liquida a vista, fito a minha mão. Cheia de mortas lágrimas, regada de mortas gotas, que se esvaem entre os dedos, escorrem, e a deixam vazia. A abandonam.
Uma mão. Cinco sentidos. Um corpo. Abandonado. Só.
Finalmente, no meu canto, no meu buraco, do qual nunca devia ter deixado sair este cadáver nem estes epitáfios, encontro os pedaços de mim e do puzzle que fui e sou.
Nunca os vira assim, através destes olhos lavados, inundados pela chuva que la fora cai e me chora a alma.
Talvez, agora, desfocados façam sentido…
2 comentários:
Este é o meu preferido...
talvez porque me identifique...talvez porque ao lê-lo arrepio no sentir o frio da agua na pele, o frio da alma, o frio da realidade que sem aviso te assola, o frio que doi no peito, o frio que anestesia, o frio que te congela, te torna frágil e te estilhaça em mil pedacinhos inúteis e impotentes, o frio que não aquece, não se esquece e tende a voltar em cada nuvem cinzenta...e tu a assistires inerte ao teu desbotar de vida na 1ª fila da plateia...
nice blog :)é bom sentir a profundidade das palavras...talvez tb aches piada ao meu... www.veiagotica.blogspot.com
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