Hoje, relembro o que um dia julguei ter esquecido – quem julguei ter esquecido.
Recordo o que um dia quis esquecer – quem um dia quis esquecer.
Hoje, um ano após uma data, qualquer coisa que se tenha que celebrar,
Comemoro sozinho a memoria.
Talvez possa comemorar um olhar, o cruzar de uma mirada perdida de encontro á tua pupila dilatada encontrada no meio desse vasto raiar castanho da tua íris, perdida na imensidão dos teus grandes olhos, grandes e profundos olhos. Grandes e profundos e belos olhos teus.
Talvez possa celebrar um abraço, o circundar o teu corpo com os meus braços e deixar-me adormecer no teu regaço, rodeado pelos teus, a apertar-me, a puxar-me ao teu encontro a embalar.me. eu a sentir a tua pele na minha, colada, estampada, tatuada na minha.
Talvez possa celebrar um beijo, o unir dos nossos lábios, húmidos e carnosos, o saborear da tua língua em mil sabores de paz, êxtase e adrenalina, a dança das nossas línguas, brincadeiras e jogos de encontros e perseguições das nossas línguas vivas nas nossas bocas inundadas em saliva.
Talvez possa comemorar o aniversario de qualquer coisa que nos tenha servido de elo e que um dia nos ligou, nos uniu.
Hoje, tal dia faz um ano…