Aquela casa assombrada…
Aquela velha nova casa
Feita de madeira podre
De sentimentos podres…
Edificada em sonhos,
Nunca edificados,
Apenas transfigurados…
Nada do que se disse
Foi feito ou cumprido
Tudo se planificou,
Tudo se combinou,
E nada se realizou
Depressa os materiais
Tomaram a cor e o sentimento
Dos planificadores
As portas e as janelas
Jamais se abriram,
Nem p’ra fora nem p’ra dentro,
Sendo isso motivo de discórdia
A mobília, nova
E deturpada mobília
Permanece vazia,
Tudo tão rápido,
Tudo tão precoce…
O jardim,
obscuro e morto,
Ninguém o soube cultivar,
Ninguém o soube aproveitar…
Naquela mórbida e esquecida casa
Naquela sobrestimada casa
Naquele canto
onde tudo se esperava
Onde tudo se projectava,
Caiu na desgraça…
Hoje o terreno intacto
Espera pelos arquitectos
Hoje, a assombrada casa
Permanece abandonada
revestida com as invisíveis paredes
fundada nos superficiais alicerces…
Pois, apesar de ali estar,
É como se não estivesse...
1 comentário:
Quimeras
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