quinta-feira, junho 09, 2005

Aq3la kasa AsSunBraDa

Aquela casa assombrada…

Aquela velha nova casa

Feita de madeira podre

De sentimentos podres…

Edificada em sonhos,

Nunca edificados,

Apenas transfigurados…

Nada do que se disse

Foi feito ou cumprido

Tudo se planificou,

Tudo se combinou,

E nada se realizou

Depressa os materiais

Tomaram a cor e o sentimento

Dos planificadores

As portas e as janelas

Jamais se abriram,

Nem p’ra fora nem p’ra dentro,

Sendo isso motivo de discórdia

A mobília, nova

E deturpada mobília

Permanece vazia,

Ninguém a soube encher…

Tudo tão rápido,

Tudo tão precoce…

O jardim,

obscuro e morto,

Ninguém o soube cultivar,

Ninguém o soube aproveitar…

Naquela mórbida e esquecida casa

Naquela sobrestimada casa

Naquele canto

onde tudo se esperava

Onde tudo se projectava,

Caiu na desgraça…

Hoje o terreno intacto

Espera pelos arquitectos

Hoje, a assombrada casa

Permanece abandonada

revestida com as invisíveis paredes

fundada nos superficiais alicerces…

Pois, apesar de ali estar,

É como se não estivesse...

sábado, junho 04, 2005

..:: ja n + cons!go pgar no laps ::..

nao consigo pegar no lapis
ja nao mais consigo pegar no lapis
e desenhar os verdadeiros traços
que contornam os meus sonhos..
de tao confusos que ficaram.
vejo-los agora borrosos,
desfocados,
através dos miúpes olhos que focam a realidade.
os contornos desapareceram,
os desenhos, as imagens, as cores trancendem,
fogem,
perdem-se em nada de concreto,
em nada definido.
são agora uma liquida, diluida mistura de tonalidades.
mortas tonalidades.
sombras.
sombrios tons indefinidos
numa indefinida infinidade de sonhos.
agridoces sonhos experimentados por uma escaldada lingua.
confuso paladar (tacto gostativo).
k apenas distingue s o doce é agre
ou o agre é doce.
enganados sentidos.
sinto com a boca,
vejo com o tacto
e saboreio com os olhos..
Nao consigo sonhar!..
Não consigo definir os meus sonhos!..
Não sei o que sonho nem se sonho,
sem sentidos não o sei........